sábado, 4 de janeiro de 2014

Roupa de frio no verão

Não imaginava que estava há quase um ano sem postar. Uma pena, devo ter perdido grandes momentos que deveriam ser relatados.
Eis que estou em Portugal, e já se passaram uns três meses, e muita coisa aconteceu.
Uma relação relâmpago e complicada, um amor que só aumentou pelo companheiro da minha vida. Muitas viagens, morei sozinha, conheci muita gente nova, mas nenhum amigo. 
Chegou o fim de semestre, estou sozinha em casa e isso me entristece, eu não gosto dessa solidão. Eu fui até o quintal, e lá eu chorei de novo, porque percebi que nem lá alguém veria que estou triste.
Eu sinto muita falta dele, de cada detalhe bobo, de toda convivência, eu quase chego e me arrepender de ter saido de perto de você., mas pelo menos isso continua sendo um sentimento totalmente reciproco e intenso. 
Eu não vejo a hora desses 50 e poucos dias passarem e eu poder tocar e ver você de novo, mas ao mesmo tempo, eu gosto desse lugar, só que ele só faria sentido se você estivesse aqui. 
É tão ruim não dominar os próprios sentimentos, não ter foco pra estudar, passar três dias solitários chorando com músicas que costumam te animar, é uma tpm ampliada, nem chocolate dá muito jeito.
Eu queria ser mais forte e aproveitar isso tudo sem me lamentar.
Eu sabia que iria sentir muito sua falta, mas não sabia que doeria tanto assim, que eu pensaria em você a cada segundo, que ver sua imagem em fotos ou pela câmera me fariam chorar de emoção de saudade, que eu continuaria te achando a coisa mais linda, que ia querer morar com você pra poder te dar bom dia todos os dias sem ser pela internet, que ouvir tua voz me traria calma e desespero ao mesmo tempo, que eu te mandaria flores só pra te fazer feliz, que eu não ia mais saber como dizer que te amo além de próprio eu te amo. Porque eu te amo.

"Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?"

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Ter que manter a vida mesmo sem ter um lugar

Aí que uma cantora que você gosta lança uma música que basicamente parece a trilha sonora da sua vida atual. E que além disso, as outras músicas do álbum também dizem muita coisa. 
Só uma amostra:
Tem que correr, correr
Tem que se adaptar
Tem tanta conta e não tem grana pra pagar
Tem tanta gente sem saber como é que vai
Priorizar
Se comportar
Ter que manter a vida mesmo sem ter um lugar
Daqui pra frente o tempo vai poder dizer
Se é na cidade que você tem que viver
Para inventar família, inventar um lar

E isso é só metade da música.
É exatamente assim que me sinto. Estou correndo sempre contra o tempo, pra fazer provas, trabalhos, pra poder ter um tempo disponível pra poder treinar e jogar rugby. Tentando fortemente me adaptar, esquecendo de vários ideais pra conseguir isso. E dentro disso tudo fica muito difícil decidir as prioridades. Eu adoraria estar fazendo teatro ou dança, mas não posso, fazer rugby já ocupa um certo tempo que tecnicamente eu não deveria ocupar na minha semana. Além disso, realmente não sinto que tenho um lugar, mas mesmo assim vou ter que manter a vida da forma que puder, mesmo que não seja a melhor possível. E óbvio que me questiono sobre morar na cidade ou não. Acho que já não estou disposta a me isolar do mundo, ir pra muito longe da cidade, talvez um cidade menor, que eu não ficasse morrendo de medo de ser assaltada mas que ainda tivesse como vir pra cidade. Aprendi que não dá pra ignorar a cultura em que fui criada, não adianta achar que seria fácil se acostumar com uma realidade totalmente diferente sem que não fosse um pouco traumático. Por mais bizarro que pareça, eu sei que sentiria falta do ritmo louco da cidade, de ter sempre muita gente por aí, de ter um acesso muito mais facilitado a peças de teatro, shows, livrarias, enfim, um tanto capitalista tais considerações, mas fui criada e vivo diante de tudo isso. Mudar isso do nada poderia me fazer sentir sozinha no mundo, mais perdida do que já me sinto, mais deslocada ainda. Estou divagando infinitamente, mas eu não consigo ter espaço pra conversar isso com as pessoas. Quanto mais eu tento decidir a vida, mais parece que estou perdida, que estou fazendo muita coisa em vão. Sério, não sei o que fazer e essa é uma mensagem para a minha pessoa do futuro, eu espero fortemente que você tenha encontrado um rumo, que ele seja desejável, não só baseado em se adaptar a sociedade. 

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Sem titúlo, sem conquista

Bom, me inscrevi em outro processo pra tentar intercâmbio pra Portugal. A resposta já saiu e não consegui. E sobre o primeiro processo, bom, eu sou tão azarada que além do meu curso não fazer mais parte das áreas prioritárias a partir deste ano, o edital que eu estava concorrendo foi cancelado!
Uma decisão surreal, provavelmente política! Sintoma de uma ascendente síndrome do país em crescimento econômico, que quer levar seus alunos de excelência para fora, mas de áreas específicas, tecnológicas. Que se foda as áreas humanas! Que se foda a gestão ambiental. E que se foda todos que não conseguiram fazer exames de proficiência pra poder se inscrever no programa, como uma última chance, antes do fim de nossas graduações.
Deu errado, e eu me sinto um lixo por isso! Eu poderia ter estudado francês e feito a prova de proficiência. Mas não fiz e me dei mal. ''/
Agora pelo menos não vou mais ficar perdendo tempo tentando acompanhar as novidades sobre o edital, e sobre os mil e-mails que outras pessoas receberam e eu não. Agora eu posso seguir com a vida acadêmica de sempre, estudando, fazendo trabalho e deixando as coisas realmente importantes como últimas prioridades.
Ao menos eu tenho o rugby pra me dar alguns momentos de felicidade. Espero realmente melhorar cada vez mais e aproveitar este penúltimo ano que posso jogar na faculdade. 

quarta-feira, 6 de março de 2013

Status: a espera de um e-mail.

Aí que aos 45 do segundo tempo você resolve tentar intercâmbio pela faculdade. Pois é, eu me inscrevi para intercâmbio para Portugal. Confiando que minha média ponderada seria alta suficiente, que fazer Iniciação científica seria uma super vantagem. Mas não, o principal critério é a nota do ENEM. Uma prova que fiz há 3 anos, depois de um ano de ensino médio concomitante com o técnico, em que me dediquei majoritariamente ao TCC, não aos vestibulares. Felizmente, eu consegui obter a nota mínima para poder me inscrever, no entanto, a nota é muito baixa com relação a concorrência.
Então, a nota do ENEM como principal critério de classificação torna minhas chances de conseguir muito pequenas. Eis que a CAPES resolve fazer um transferência dos candidatos de Portugal para outros países. A primeira oportunidade foi para os candidatos que obtiveram notas no ENEM acima de 700. Bom, nesse contexto, eu perdi as esperanças. 
Nessa semana, os alunos com nota acima de 600 (meu caso) começaram a receber um e-mail semelhante. E adivinhem....eu não recebi. ÓTIMO...não!
Além de ficar muito estressada e olhar o e-mail constantemente a espera do tal e-mail, agora está difícil me concentrar pra estudar. Se eu estiver na internet fico olhando o grupo, o que as pessoas estão dizendo, o que houve com elas, todas as informações são importantes nessas horas. Se não estou na internet, fico com o sentimento de que estou perdendo alguma coisa.
A parte mais frustrante é perceber que o tanto que me dediquei a faculdade não está valendo muita coisa, basicamente quase nada. Minha média relativamente alta, não ter reprovações, ter lido todos os textos, estudado tanto para provas, virar noites fazendo trabalhos...enfim, nada adiantou de muita coisa. Então, acaba sendo mais um motivo pra não conseguir estudar, já que eu sei que no final pode ser que nada valha a pena. 
Estou com textos obrigatórios atrasados, listas atrasadas, não organizei completamente o cronograma, escolhi as matérias um pouco errado, não faço ideia de que matéria deveria trancar, se é que eu deveria trancar, não sei quando terminar a faculdade, não sei com quem fazer o TCC, não sei sobre qual tema fazer. Uma bagunça. 
Eu não sei se esse e-mail vai chegar, minha expectativa é que tudo realmente seja estranho, sem explicação e sem resultados inesperadamente bons. Só queria que o prazo passasse pra que eu pudesse seguir com outros planos que ainda tenho que construir.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Aquelas metas malucas e genéricas

Decide fazer uma lista de coisas aleatórias que gostaria de fazer antes de morrer. Não necessariamente elas devem ser cumpridas, pois eu posso mudar e não querer mais tais ideias. Também não há nenhuma de prioridade entre elas. Então lá vai...

Ler todos os livros de Game Of Thrones (o que inclui comprá-los).
Fazer um vlog (pode ser de leitura, discussões, culinárias, bobagens ou simplesmente pessoal).
Aprender a tocar baixo.
Ter uma banda de rock.
Fazer artes cênicas (graduação ou teatro amador).
Passar um ano sem contas em redes sociais populares.
Estudar Antropologia.
Cortar o cabelo bem curto.
Fazer academia por pelo menos 6 meses.
Viver em uma cidade pequena.

Deve ter muitas mais, eu vou editar quando lembrar.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Intersemestral nunca mais!

Final de Janeiro, semana passada fiz uma prova e quinta-feira farei outra. O nome disso é recuperação? Não! É intersemestral! Achei que seria legal adiantar uma única matéria nas férias, ainda mais se tratando de uma matéria que adoraria muito fazer! Mas, acho que foi ruim confundir faculdade com férias. São duas coisas que não deveriam se misturar. Ter que se ver estudando em pleno janeiro, ler textos, se concentrar em aulas expositivas longas, aula dobradinha, fazer atividades em aula em meio a burburinho constante, ir embora muito tarde e chegar mais tarde ainda na sua rua que não é muito segura. É, intersemestral, nunca mais. Valeu a experiência e espero que muito que eu passe, não é hora de estrear uma DP na graduação.
Hoje vi muita gente aleatória desconhecida e conhecida passando na faculdade. Aí bate aquela coisa de querer dar dicas pra pessoa ficar sabendo de tudo que vai ter que passar de muito bom e ruim. Mas nem sempre você tem essa intimidade pra sair dizendo o que pessoa deve fazer ou não. Você tem que guardar sua experiência pra você e deixar eles aprenderem por si.
Além disso, eu recebi uma pseudo boa notícia. Pseudo porque ainda não é cem por cento confirmada e porque representa só uns vinte por cento de um longo processo de muita ansiedade e incerteza. Por isso não contei pra ninguém sobre essa tentativa, nem pra pessoas muito próximas. Só quero contar quando estiver tudo certo. Não quero ter que compartilhar todo esse nervosismo de esperar todas as etapas se cumprirem. 
Mas, não há só boas notícias, meu companheiro não conseguiu pegar aulas pra lecionar este ano na rede pública. Ficou bastante triste e frustrado com isso. Enfim, precisamos de um plano B.
Bom, tenho uma intersemestral pra terminar, pra passar sem rec e o relatório parcial da Iniciação Científica pra fazer até o fim de fevereiro. Férias ótimas. 





Só que não! 

domingo, 30 de dezembro de 2012

Danos morais: Maias

Venho por meio deste (post) publicar como me sinto após o mundo não ter acabado. Pois é, as interpretações incoerentes do calendário Maia podem ter levado muita gente a acreditar que o mundo realmente iria acabar no dia 21 de dezembro de 2012. No entanto, obviamente, ele não acabou. E por isso, acho que os Maias devem nos indenizar por danos morais, por todo pânico que devem ter causado, por sermos obrigados a ver milhares de publicações sobre o fim do mundo com piadinhas repetitivas, para no fim, estarmos aqui, terminando mais um ano com um fim do ano com data marcada, que falhou.
OK, parei, brincadeira! Como algumas pessoas já sabem, o que acaba no dia 21 de dezembro deste ano não é o mundo, mas uma das eras do calendário dos Maias. Ou seja, encerra-se uma era e inicia-se uma nova. Na prática, não sei o que isso quer dizer. rs 
Mas já que a vida continuou...vamos àquele momento clichê de fazer um balanço do ano e pensar no ano seguinte (e olha que não costumo fazer isso). 
Bom, apesar de ter sido mais um ano que a faculdade ocupou a maior parte do tempo eu consegui fazer outras coisas que foram importantes. Eu comecei a treinar Rugby na faculdade, como já falei em um post, e agora já posso dizer minhas impressões sobre a experiência. Aprendi muito, sério, sem clichezice, e principalmente sobre mim, meu corpo, meus limites. Não posso dizer que gostei de todas as pessoas que passei a conviver nos treinos, mas posso dizer que a maioria fez valer a pena. As piadas e a postura machista dominante ainda irão me incomodar. Participei de campeonatos esporádicos, fiz parte de uma conquista do time feminino e fiquei muito feliz por isso. Eu gosto de ir aos treinos, mesmo sendo ao sol do meio-dia, sempre muito forte, mesmo atolada de coisas, ir ao treino sempre valia a pena. Vale salientar que não jogo bem, sou descoordenada, não corro rápido, não sei empregar força muito bem, mas, não sei porquê, eu nunca desisti mesmo imaginando que todos me achassem inútil ali. 
Então, no fim do ano, a atlética solicita às modalidades que escolham seus melhores atletas do feminino e masculino. Surpreendentemente, o treinador me escolheu. Eu não falei com ele sobre isso ainda, mas é óbvio que essa escolha não foi pautada em porte físico, bom desempenho em jogos ou coisas assim, acho que foram critérios de dedicação ao time, presença nos treinos, nos jogos. Eu quase não acreditei nessa escolha, me senti muita compensada, porque mesmo sendo muito ruim, eu estar ali representava alguma coisa, não só pra mim, mas para time. É basicamente como se todo esforço que fiz pra estar lá feliz e disposta nos treinos, pra errar e tentar de novo, pra tentar convencer a mim mesma que eu não seria uma grande jogadora de rugby, mas que eu superaria meus limites. 
Além do rugby, tentei frequentar o Coral da faculdade. Esse foi mais complicado, não pelo conteúdo, mas o horário era inconveniente e quando eu ia, não tinha aula ou não tinha contingente suficiente pra aula. Acabei desistindo aos poucos, infelizmente, pois haviam motivos especiais pra eu estar lá. 
Mais um ano de namoro, muitas brigas, mas também em vários âmbitos houve amadurecimento. Eu ainda tenho muita coisa pra mudar, mas o processo é lento. Morar junto, neste momento e nas circunstâncias que experimentamos, não deu muito certo. Talvez daqui um ano, numa casa melhor, com maior renda e melhor localizada a gente decida mesmo por essa alternativa. 
Não espero muito de 2013. Será mais um ano que a faculdade promete me sugar. Ainda mais que agora preciso me preocupar com relatórios e TCC. Estou cogitando tentar um intercâmbio para Portugal ou França, mas é uma decisão complicada. Espero que mesmo atolada de coisas pra fazer eu consiga, pelo menos no início, fazer teatro, canto e rugby, pra me libertar um pouco da academia. 
Quero aprender a editar vídeos, e a partir do pretexto de ter um vlog fazer coisas que enrolo há muito tempo. 


Olha ali, quem tá pedindo aprovação
Não sabe nem pra onde ir
Se alguém não aponta a direção
Periga nunca se encontrarSerá que ele vai perceber?
Que foge sempre do lugar
Deixando o ódio se esconder
Faz parte desse jogo
Dizer ao mundo todo
Que só conhece o seu quinhão ruim
É simples desse jeito
Quando se encolhe o peito
E finge não haver competição
É a solução de quem não quer
Perder aquilo que já tem
E fecha a mão pro que há de vir.